Avaliação Computadorizada 

     A avaliação computadorizada do Instituto São Paulo de Ortopedia e Fisiatria LTDA é composta pela  Posturografia, Fotogrametria Digital e a Termografia Computadorizada por Infravermelho. Estes três recursos quantitativos, quando associados, permitem  localizar e quantificar os  desvios posturais e pontos específicos de dor (Trigger Points ou  Pontos Gatilho), possibilitando ao fisioterapeuta atuar com maior eficiência utilizando  a técnica de  Reeducação Postural Global (RPG). A associação das três técnicas computadorizadas permitem visualizar com  precisão a evolução clínica postural  do  paciente submetido  ao tratamento pela técnica de  RPG (ou outras técnicas). 

 

Posturografia

    A manutenção do equilíbrio e da orientação corporal durante a postura ereta é essencial para a execução de atividades da vida diária e para a prática de atividade física e esportiva. Quando se tem desvios posturais, como hiperlordeose ou hipercifose é comum ter um desequilíbrio corporal e com isso maior sobrecarga em  articulações ou segmentos corporais ocasionando dores (1).

       O desequilíbrio corporal pode ser facilmente mensurado  pela  oscilação do corpo pela POSTUROGRAFIA. A posturografia estática é usada quando a postura ereta de uma pessoa  é estudada (1).

       A medida posturográfica mais comumente utilizada na avaliação do controle postural é o centro de pressão  (CP). O CP é o ponto de aplicação da resultante das forças verticais agindo sobre a superfície de suporte. O equipamento mais utilizado para mensurar o CP é a plataforma de força (Figura 1) (1).

                                                   

                     Figura 1: Paciente sendo avaliada no Instituto São Paulo de Ortopedia e Fisiatria sobre uma plataforma de força de análise  posturográfica.

 

        Em geral, a plataforma de força consiste em uma placa sob a qual alguns (tipicamente quatro) sensores de força do tipo célula de carga ou piezoelétrico estão arranjados para medir os três componentes da força nas direções ântero-posterior, médio-lateral e vertical, respectivamente (1). 

       O dado do CP refere-se a uma medida de posição definida por duas coordenadas na superfície da plataforma de acordo com a orientação do avaliado. A partir dos sinais mensurados pela plataforma de força, a posição do CP nas direções ântero-posterior (ap) e médio-lateral (ml) podem ser observadas por meio de gráficos . 

      A posturografia pode ser uma ótima aliada para a RPG, pois permite ao fisioterapeuta observar imediatamente o  CP  e saber qual o lado que o paciente está "inclinando" o corpo mediante os desvios posturais. Por exemplo, é muito comum pacientes com escoliose torácica  descarregarem todo o seu CP para o lado da curva escoliótica. A posturografia, por ser de fácil mensuração pode ser aplicada antes e após as posturas de RPG,  ou até mesmo durante as posturas permitindo ao paciente controlar o CP enquanto tenta manter o controle de seus desvios posturais orientado pelo fisioterapeuta (1).

    Também é póssivel pela posturografia o cálculo do centro de gravidade (CG). O CG, em termos simples, é definido como o ponto de aplicação da força gravitacional resultante sobre o corpo. A posição do CG é uma medida de deslocamento e é totalmente independente da velocidade ou aceleração total do corpo e de seus segmentos. O CP também é uma medida de deslocamento e é dependente do CG, mas o CP expressa a localização do vetor resultante da força de reação do solo em uma plataforma de força. Esse vetor é igual e oposto à média ponderada da localização de todas as forças que agem na plataforma de força, como a força peso e as forças internas (musculares e articulares) transmitidas ao chão . Por conseguinte, o deslocamento do CG é a grandeza que realmente indica a oscilação do corpo inteiro, e a grandeza CP, é na verdade, uma combinação da resposta neuromuscular ao deslocamento do CG e da própria posição do CG. Essas duas grandezas expressam conceitos diferentes; mas, em situações específicas, como na postura ereta estática, podem apresentar variações semelhantes. Os componentes do CG nas direções antero- posterior  e médio-lateral são os componentes que interessam em posturografia, isto é, geralmente não se está interessado na variação do CG na direção vertical, pois a oscilação nessa direção é bem menor que nas direções horizontais. O componente do CG numa direção horizontal é denominado projeção vertical do centro de gravidade (CGv) (1).

        Este método  para estimativa da CGv pode ser avaliada pelo software de nosso instituto  a partir do CP, considerando o corpo como um pêndulo invertido (2)  a partir das características antropométricas do corpo (Peso e altura). Esse método é provavelmente o mais simples e rápido, pois só depende da posição do CP e de uma estimativa simples do momento de inércia do corpo. (1) Pelo CG, por exemplo,  torna-se possivel  saber qual o lado o paciente está deslocando seu corpo e pela técnica de RPG alinhar este deslocamento que se não cuidado pode se manifestar em quadros de dor.

 

Termografia  Computadorizada por Infravermelho 

O que é Termografia Infravermelha ?

       A Termografia Infravermelha (TMI) é uma técnica de avaliação corporal obtida por câmeras termográficas, que  são  dispositivos que capturam a energia infravermelha (calor) usando a informação de emissividade para calcular a temperatura do corpo. A imagem térmica é enquadrada por lentes e converge para um detector  formado por diversos sensores infravermelhos (pixels). A TMI infravermelha tem muitas aplicações em prática de dores corporais  e é de grande valia para o diagnóstico, prognóstico e tratamento , pois fornece o ponto exato da dor (Figura 3),  faciitando a  intervenção terapeutica. A TMI é um processo não invasivo, tornando-se, portanto, uma alternativa muito interessante em relação aos métodos convencionais, que implicam um bombardeamento do indivíduo por ultra-som, raios-X, ou outro tipo de onda eletromagnética. Na TMI não existe emissão de nenhum tipo de radiação. Ao contrário, o sistema captura o calor (infravermelho) emitido pelo indivíduo. Portanto, não existe contra-indicação de nenhuma espécie a esse tipo de exame.  No corpo humano, a TMI refere-se à avaliação da distribuição de temperatura em um órgão ou região do corpo, podendo levar a uma correlação melhor do que a Eletromiografia, em algumas situações (3).

                                     

                                       
 

Figura 3: Imagem Termográfica de  paciente com história de dor lombar pós cirurgia de laminectomia. A figura  da esquerda mostra os pontos de dor pela cor mais amarela. A figura da esquerda mostra os mesmos ponto de dor com a imagem no recurso "saturação" que demostra apenas nos pontos de maior dor. Fotos extraídas de arquivos próprios

 

Como a termografia  detecta a dor?

   Raios-X, tomografia computadorizada, ultrassonografia e ressonância magnética são todos exames de “anatomia” e são medidas da estrutura do seu corpo. Mas suponha que você tenha uma dor que não possa ser explicada por esses estudos. Exemplos são a dor devida a uma fractura oculta que não aparece nos raios X, dor miofascial nos músculos (Trigger Points). Talvez você tenha dores no pescoço, nas costas ou na cabeça, inexplicáveis, ou sofreu um acidente automobilístico, mas os raios X eram "normais". A Imagem Térmica Digital por Infravermelho é o único método disponível para visualização de dor e patologia em qualquer parte do mundo. Quando uma pessoa está com dor, há mudanças térmicas que ocorrem na pele relacionadas à atividade no sistema nervoso autônomo. Além disso, condições inflamatórias no tecido mole (que não são vistas no raio-x ou na ressonância magnética) causarão alterações nos padrões térmicos. A compressão do nervo, como em um nervo “pinçado” no pescoço ou nas costas, causa alterações nos padrões térmicos (3), sendo  possível ser observado pela TMI.

 
 

Referências:

1. Marcos Duarte, Sandra M. S. F. Freitas. Revisão sobre posturografia baseada em plataforma de força para avaliação do equilíbrio, Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 14, n. 3, p. 183-92, maio/jun. 2010.

2. Caron O, Faure B, Brenière Y. Estimating the centre of gravity of the body on the basis of the centre of pressure in standing posture. J Biomech. 1997;30(11-12):1169-71.

3. Riccio, R. Disponível em https://www.drrenatoriccio.med.br/index.php/termografia-infravermelha em 15/06/2020, 19:12 h